terça-feira, 6 de março de 2012

altista


A maioria deles nasce normal, alguns até espreguiçam e choram na maternidade como todos os bebês sadios, mas já nos primeiros meses de vida, às vezes até os cinco anos, começam a surgir os sintomas de um fenômeno doloroso que os especialistas discutem e não conseguem explicar.

São estranhos comportamentos de crianças que perdem a fala, são incapazes de olhar as pessoas e isolam-se cada vez mais num mundo misterioso e impenetrável - o mundo do autismo. Do grego autos, que significa ele mesmo, de sí mesmo. Uma síndrome ou doença até hoje incurável.

Suas causas confundem os profissionais, suas conseqüências atormentam os pais, que em seu desespero iniciam uma interminável peregrinação aos consultórios e unem-se em associações numa incansável luta pela recuperação de filhos queridos mas imprevisíveis e distantes. De origem psicológica ou orgânica - as teorias são muitas, as receitas multiplicam-se - o resultado é o mesmo: sofrimento e dor, angústia e esperança.


José Maria Mayrink
Do livro: Anjos de Barro

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